sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

EXTORÇÃO MEDIANTE SEQUESTRO?

Um grupo formado por cinco adultos e um adolescente foi apreendido no distrito de Cachoeira do Vale sob a suspeita de extorquir um representante comercial, E.M.O., de 38 anos. A vítima é usuária de drogas e acabou parando no distrito durante uma recaída no uso de crack. Os suspeitos queriam dinheiro para liberá-lo. O veículo de propriedade do representante também ficou retido.
A história começou em Coronel Fabriciano, onde a mulher do representante fez um registro de desaparecimento do marido, que não dava notícias desde a última segunda-feira (12). Após a confecção do Boletim de Ocorrência na sede da 178ª Companhia Especial PM, a mulher recebeu um telefonema do marido, que pediu R$ 650 para ser solto.
Ele disse que estava impedido de ir embora e seu carro, um Volkswagen Gol, também estava detido. A mulher escutou vozes ao fundo intermediando a conversa do casal e indicando aonde E. iria se encontrar para fechar a negociação. Temendo pela vida do marido, ela acionou a Polícia Militar.
O pai do representante comercial, a mulher da vítima e o sargento Carvalho foram ao local do encontro, onde foram abordados por W.P.S., 21 anos, que estava em companhia de M.F.S., 23. O militar deu voz de prisão aos suspeitos, porém M. conseguiu fugir. W. estava com a chave do carro de E. e mostrou onde estava o veículo.
Neste momento chegou ao local E.R.A., 34, que passou a perguntar à mulher da vítima sobre o dinheiro. Ele também foi detido, bem como R.F.J., de 23 anos, que tentou fugir ao ter a casa cercada pelos policiais militares durante o deslocamento para a sua residência.
Os policiais militares da 85ª Companhia Especial de Timóteo, que reforçou os trabalhos, notaram que mais três suspeitos, Í.A.F.P., 18, M.F.S.S., 20, e o menor de 17 anos acompanhavam a ação policial a distância, sendo também apontados pela vítima como participantes do crime. Eles estariam vigiando o representante comercial.
E., que não tem carteira de habilitação e nem portava o documento da moto Honda Titan que pilotava, teve o veículo apreendido e removido ao pátio credenciado da Polícia Civil, para onde também foi encaminhado o carro da vítima após ser localizado.
Os envolvidos negaram ter envolvimento no caso e apenas W. alegou que teve contato com E.M. “Eu emprestei pra ele R$ 300 e ele me disse que daria R$ 600. Não o impedi de nada. Pensei que morava aqui, estava vendo ele direto por aqui no bairro”, disse o rapaz, confirmando que o suposto sequestrado queria dinheiro para drogas.
Em conversa com a vítima, ela confirmou que é usuária de drogas e que depois de uma recaída, usando crack em outro lugar, foi parar no Cachoeira do Vale. Porém, alega que estaria sendo impedido de ir embora, bem como o carro ficou como garantia até que fossem pagos os R$ 300 que não chegaram a ser usados para a compra de drogas.

Liberou
O DIÁRIO DO AÇO entrou em contato com a delegada Adeliana Xavier, que recebeu o caso e, depois de ouvir todos os conduzidos e os envolvidos, liberou os suspeitos. “Não vislumbrei crime neste caso. Ele (a vítima) alegou que não estava sequestrado e nem em cárcere privado. Disse que pegou o dinheiro para comprar drogas e deixou o carro como garantia”, comentou a delegada.
Ela adiantou que vai continuar a ouvir algumas outras pessoas no inquérito policial. Pode sobrar é para a esposa da suposta vítima de sequestro. É que a mulher sabia que o marido era usuário de drogas e não estava sequestrado. Ela pode responder na Justiça por denunciação caluniosa.

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